Na noite fria de Buenos Aires, desembarco do último trem, só
pensando em minha cama. Atravesso a ponte que me leva a uma longa avenida do
bairro onde se encontra o prédio em que moro. A rua esta deserta, não tem cães
ou mendigos à vista, parece que o frio os levou a se esconder no túnel da
estação ou em algum lugar onde o vento não os toque, onde possam passar a noite
sem que a morte fria os encontre. Como se fosse possível com este maldito frio!
No meu andar solitário me perco em pensamentos banais como contas, comida e a
porra do vizinho que nunca abaixa o som. Ao chegar à entrada do prédio procuro
minha chave que abrira meu lindo e confortável apartamento.
Nada melhor que um
apartamento de dois cômodos para um solteiro. Com televisão de plasma, um Xbox
e um bom Wi-Fi. Subo as escadas me arrastando, o cansaço aumenta a cada degrau
alcançado e são dois andares para escalar. O desejo de chegar a casa me empurra
até a porta do meu santuário e como mágica a porta se abre, sozinha. Sozinha?!
Como assim?! Tem alguém dentro do meu apartamento. Quero gritar, mas a
curiosidade é maior que a vontade de pedir ajuda. Cruzo a porta á procura do
filho da puta que provavelmente esta levando meu Xbox. Mas o que vejo é
surreal. Uma mulher de cabelos ruivos e olhos negros em meu sofá. Com um
vestido colado e muito decotado para esta época do ano. Sua beleza supera a
normalidade mundana. O Corpo torneado, seios fartos e umas coxas de quebrar o
pescoço. Ela me encara por alguns segundos enquanto entro vagarosamente.
- Boa noite meu caro anfitrião, desculpa invadir, mas você se
atrasou a nosso encontro hoje.
- Encontro?
- Sim docinho, estou te esperando
a um bom tempo ou anos, para mim não existe diferença.- Tempo? Anos? Como assim?
- Minha cara criança, hoje posso te revelar a beleza da noite ou te matar. Você pode escolher. Mas confesso que desejo você “á meu lado” por assim dizer.
- O que? Como assim? Não estou entendendo?
- Você entenderá.
Ela se levanta e caminha devagar em minha direção, coloca a mão atrás da minha cabeça, deixando a boca a milímetros de minha orelha e diz:
-hoje é sua noite, basta pedir e te darei todas as noites do mundo, para sempre!
A resposta foge da minha boca involuntariamente, como se já estivesse lá, ansiosa para sair. Um sim alto e claro até demais para uma pessoa que não sabe para o que esta concordando. Sem demora ela beija minha orelha com seus lábios frios, causando arrepios que percorrem meu corpo por completo. Começa a descer lambendo meu pescoço até a jugular e crava suas presas. Uma mordida prazerosa que aos poucos suga minha vida, em poucos segundos estou jogado no piso frio do meu apartamento, agonizando entre a vida e a morte. Ela chega perto e fala:
- Você quer a noite eterna, junto a mim?
- Sim, me ajuda! Por favor!E com essa ultima súplica pela vida, ela tira a alça do vestido, deixando os seios á vista e com a unha perfura um deles, bem abaixo do mamilo e o coloca em minha boca.
-Bem vindo á noite eterna!
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